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Exame de Polissonografia: o que é e quando fazer?

  • L-PSICOBIO
  • 21 de jun. de 2021
  • 4 min de leitura

A polissonografia é um exame não invasivo e padrão-ouro para diagnóstico e manutenção de tratamento para distúrbios do sono, que faz a representação de uma noite de sono "habitual".

A base da polissonografia é um registro simultâneo de variáveis fisiológicas durante uma noite de sono, que se dá por meio de eletrodos – que captam os sinais das nossas ondas cerebrais – colocados em regiões estratégicas. Esses sinais são enviados para um software que organiza os dados para serem posteriormente interpretados por um analista.


Em parâmetros gerais, o exame colhe as seguintes variáveis: eletroencefalograma (EEG), eletrooculograma (EOG), eletromiograma (EMG) de pernas e queixo, fluxo aéreo, esforço respiratório, saturação de oxigênio (SpO2), posição corporal e eletrocardiograma (ECG), podendo acrescentar outras variáveis para casos específicos, como o bruxismo, por exemplo. Com os resultados, apresenta dados sobre tempo total de sono e vigília, eficiência do sono, latência para o início do sono, para o sono REM e para os demais estágios do sono, durações e proporções dos estágios do sono, número de apneias e hipopneias, valores de saturação e eventos de dessaturação, quadro dos movimentos periódicos de membros inferiores, caracterização dos micro-despertares e sua relação com os eventos respiratórios ou de movimento e o ritmo e frequência cardíaca.

Existem 4 tipos de análise de sono aceitas na literatura, sendo o tipo 1 e o tipo 2 mais completas e confiáveis que os tipos 3 e 4.

Tipo 1 – Polissonografia completa de noite inteira no laboratório – é o padrão-ouro, onde o paciente passa a noite no laboratório, é preparado e acompanhado por técnicos e possui supervisão e possibilidade de intervenção durante todo o procedimento.

Tipo 2 – Polissonografia completa domiciliar – é completa, assim como a polissonografia laboratorial, mas não tem o acompanhamento integral do técnico e, portanto, não permite supervisão e possibilidade de intervenção em caso de imprevistos. Esse formato pode ocorrer com o paciente indo até o laboratório para ser preparado para o exame, voltar para casa e dormir ou então com um técnico indo até a residência do paciente e preparando os equipamentos para o exame no próprio local.

Tipo 3 – Teste domiciliar de apneia do sono modificado – não é tão completo quanto os tipos 1 e 2. Se assemelha à polissonografia domiciliar, mas exige um número menor de equipamentos e, consequentemente, colhe um número menor de variáveis, tendo geralmente um eletrodo, cintas e oxímetro.

Tipo 4 – Registro domiciliar contínuo de um ou dois parâmetros biológicos – é considerado o mais incompleto, consiste no registro contínuo de um ou dois parâmetros, que costumam ser a saturação e/ou a frequência cardíaca, são colhidos através de equipamentos pequenos, como smartwatches e pode ser impreciso.


Segundo a Associação Brasileira do Sono, existem 8 categorias de classificação para distúrbios do sono que, juntas, totalizam 103 distúrbios do sono: 1) Insônia; 2) Distúrbios respiratórios relacionados ao sono; 3) Hipersonias de origem central não causadas pelos distúrbios do ritmo; 4) Distúrbios do ritmo circadiano do sono; 5) Parassonias; 6) Distúrbios do movimento relacionados ao sono; 7) Sintomas isolados, variantes aparentemente normais e de importância não resolvida; 8) Outros distúrbios do sono.


Os distúrbios do sono mais comuns na população adulta são a apneia do sono e a insônia. A apneia do sono pode ser caracterizada pela interrupção do fluxo da respiração por 10 segundos ou mais (para adultos) durante o sono, fenômeno que pode ocorrer repetidas vezes, acomete principalmente mulheres na menopausa e homens e possui alguns sinais indicativos do quadro, como o ronco, engasgos noturnos, acordar com a boca seca, dores de cabeça no período da manhã e sonolência diurna excessiva. Já a insônia pode se apresentar pela dificuldade em adormecer, em manter o sono, despertar precoce matutino ou pela percepção de sono não repousante associada a prejuízos na funcionalidade diurna.


A insônia aguda é um evento normal em determinados períodos da vida (relacionados com estresse, ansiedade, mudanças na rotina, etc) e, para ser considerado um quadro de insônia crônica, espera-se que os sintomas ocorram 3 ou mais vezes na semana e permaneçam por 3 meses ou mais, podendo acarretar prejuízos significativos à saúde.


A pandemia, situação atípica e intensa para a população como um todo, tem impactado negativamente a qualidade do sono, demonstrando um aumento de 61% de prevalência dessa característica e sendo o público de adultos jovens (18 – 29 anos) os mais afetados. O estudo de Barros et al, 2020, demonstrou que 43,5% dos indivíduos que não possuíam problemas relacionados ao sono, passaram a ter e, 48% dos indivíduos que já possuíam problemas relacionados ao sono, tiveram seus quadros agravados pela pandemia.

Além disso, segundo a cartilha da semana do sono de 2020, cerca de 33% da população adulta (1 em cada 3 pessoas) tem apneia do sono e queixas relacionadas ao sono tem sido bastante comuns na população (45% dos brasileiros referem algum problema de sono, podendo chegar a atingir mais de 80%, dependendo do tempo e da abrangência das queixas e gerando prejuízos à saúde física e mental".

A indicação para realização do exame se dá por sintomas como incômodo pela manhã (dor de cabeça, dor no corpo, dor muscular), baixo rendimento e/ou estresse e ansiedade ao longo do dia, sonolência excessiva ao longo do dia, queixa de pessoas que dormem próximas a você, como de excesso de movimentos ou ronco, entre outros sintomas que aconteçam em episódios de 3 ou mais vezes na semana e se mantenham por um longo período de tempo em situações de rotina típicas. Em casos persistentes, procure ajuda médica.

Não é indicada a realização do exame quando o paciente apresentar alguma alteração das suas condições habituais, como por exemplo febre, tosse, quadro de gripe ou resfriado ou qualquer outro fator que interfira na qualidade do sono e, consequentemente, no resultado do exame.


Conteúdo elaborado pela ligante Thayna Cruañes


Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO SONO; ASSOCIAÇÃO DE ODONTOLOGIA DO SONO; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA DO SONO. Semana do Sono [cartilha], 2020.


BARROS, Marilisa Berti de Azevedo et al. Relato de tristeza/depressão, nervosismo/ansiedade e problemas de sono na população adulta brasileira durante a pandemia de COVID-19. Epidemiol. Serv. Saúde, v. 29, ed. 4, p. 1-12, 2020.


HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN (São Paulo). Exames e tratamentos: Polissonografia (PSG). Neurologia. Disponível em: https://www.einstein.br/especialidades/neurologia/exames-tratamentos/polissonografia. Acesso em: 13 jun. 2021.


TOGEIRO, Sônia Maria Guimarães; SMITH, Anna Karla. Métodos diagnósticos nos distúrbios do sono. Brazilian Journal os Psychiatry, v. 27, n. 1, p. 8-15, 2005.

 
 
 

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