Os impactos da pandemia na qualidade de sono: você dorme bem?
- L-PSICOBIO
- 8 de mai. de 2021
- 3 min de leitura
Na publicação de hoje vamos trazer curiosidades sobre o sono e a pandemia. Como sabemos, o sono é um aspecto fundamental da vida do ser humano e sua função é de restauração, proteção e conservação de energia. A qualidade do sono está diretamente ligada à qualidade de vida do ser humano, cujos padrões de sono de cada um variam conforme quatro diferentes aspectos: as características individuais, como idade, gênero, afazeres; pelas preferências de cada um que envolve a necessidade pequena, média ou grande de dormir, além da capacidade para tolerar a sonolência; há também a predisposição para cochilos que uns tem o costume e outros não e, por fim, o tipo de cronotipo que varia em matutino, vespertino ou intermediário.
É durante o sono que nosso organismo realiza funções extremamente importantes, tais como o fortalecimento do sistema imunológico, a consolidação da memória, a secreção e liberação de hormônios essenciais, entre outras. Dessa forma, se um ser humano for privado ou tiver uma má qualidade do sono (reduzido ou fragmentado), ele poderá apresentar prejuízos de curto ou longo prazo em suas atividades diárias, bem como adversidades sociais, no trabalho, estudos, relações em geral; problemas cognitivos, tal qual a baixa memória, aprendizado; ou até mesmo consequências psicológicas, como irritabilidade, tensão, depressão, ansiedade, obesidade, instabilidade emocional, uso abusivo de álcool e drogas e outros.
No ano de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou a pandemia da COVID-19, doença de rápida disseminação e causada pelo vírus Sars-CoV-2. Dentre seus sintomas mais frequentes, encontram-se tosse, febre e cansaço, e em casos de agravamento da condição infecciosa o indivíduo pode desenvolver a síndrome respiratória aguda. Desse modo, tal problemática é considerada uma complicação da COVID-19 que pode ser fatal, além de que também não existe tratamento, apenas acompanhamento médico e alívio dos sintomas.
Por conseguinte, os indivíduos estão mais propensos ao desenvolvimento de sintomas psicológicos, como ansiedade e depressão. Além disso, há sensação constante de tristeza graças ao elevado número de mortes e também de solidão e tédio, já que as recomendações consistem em manter o isolamento social. Estudos anteriores já demonstraram que a saúde mental impacta diretamente na qualidade do sono, o que condiz com o estresse causado pelo período pandêmico somado aos distúrbios de sono que são cada vez mais frequentes.
De acordo com um estudo realizado entre abril e maio de 2020, 40% dos participantes passaram a ter problemas de sono durante a pandemia e quase 50% dos que já apresentavam algum problema anteriormente, tiveram a agravação do mesmo. Outro estudo desenvolvido pelo Instituto do Sono, em São Paulo, colheu informações de 1738 participantes. Os resultados, revelam que 55,6% dos entrevistados relataram uma piora na qualidade do sono durante esses meses de pandemia.
Muitas pessoas já apresentavam uma ansiedade para a busca da rotina perfeita, mas durante o período de isolamento social, muitas tiveram dificuldades, seja pelo trabalho excessivo do home office ou até por estarem afastadas do emprego. Com isso, acabam prejudicando a higiene do sono. Sabendo disso, trazemos aqui alguns hábitos que podem auxiliar a ter uma melhora do sono:
- Criar um ambiente propício ao sono (cama confortável, quarto escuro e silencioso).
- Se mantenha relaxado ao menos 2 ou 3 horas antes de ir dormir.
- Evite alimentos estimulantes perto do horário de dormir (café, canela, pimentas e excesso de açúcar).
- Evite atividades estimulantes perto do horário de dormir, como realizar exercícios intensos. - Desligue a TV e evite o uso de celular e computador logo antes de deitar.
- Evite leitura ou filmes com conteúdo estimulante antes de dormir, como suspense ou terror.
- Não é recomendado o consumo de bebidas alcoólicas à noite, de quatro a seis horas antes de ir dormir, pois além de ter potencial para prejudicar a qualidade do sono, pode piorar sintomas de depressão na manhã do dia seguinte.
- Evite ir dormir com fome ou muito saciado, busque fazer uma refeição leve antes de dormir, contendo leite e seus derivados.
- Faça sempre a mesma preparação ou ritual antes de ir deitar para dormir (ex: ir ao banheiro, escovar os dentes, ler algum livro..)
- Se optar por acordar mais tarde no final de semana, é sugerido que se levante no máximo uma ou duas horas após o habitual (senão, a sonolência será maior quando precisar retomar a sua rotina cotidiana)
- Estabeleça um horário regular para ir dormir e para acordar. Essa rotina auxiliará em uma boa noite de sono e garantirá a quantidade de horas necessárias para o descanso.
- Procure orientação médica (não se automedique) se os problemas de sono insistirem depois de quatro a seis semanas .
Portanto, seguindo as recomendações e buscando sempre ter um sono de qualidade, espera-se que o bem-estar seja garantido de forma homogênea, englobando os aspectos necessários para a saúde não só física, mas também psíquica, até que todos estejamos vacinados.
Referências:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/41613
https://www.scielosp.org/article/ress/2020.v29n4/e2020427
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-
81232020000903401&script=sci_abstract&tlng=pt
http://bases.bireme.br/c
gi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base= LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=686922&indexSearch=ID
https://www.usp.br/espacoaberto/?materia=a-importancia-de-dormir-bem
https://www.pfizer.com.br/noticias/ultimas-noticias/dormir-bem-importancia-de-uma-boa-noite-de -sono https://saude.abril.com.br/especiais/perdemos-o-sono/
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