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Terapia Cognitivo Comportamental para o tratamento da insônia

  • L-PSICOBIO
  • 27 de out. de 2021
  • 3 min de leitura

A Terapia Cognitivo Comportamental para Insônia (TCC-I) é uma intervenção terapêutica não farmacológica, padrão ouro para o tratamento da insônia, que pode ser individual ou grupal e não anula o tratamento farmacológico, podendo ambos coexistirem. É um tratamento que envolve disciplina, constância e mudanças de hábitos, exigindo um papel muito ativo do paciente, que é corresponsável pelo sucesso do tratamento.

Para a aplicação da técnica, os instrumentos de avaliação utilizados são o diário de sono e os exames de polissonografia e/ou actigrafia. O diário do sono deve ser preenchido diariamente pelo paciente. É uma avaliação subjetiva do sono, capaz de contribuir para que o paciente perceba o desempenho do seu sono antes, durante e após os tratamentos. Já os exames de polissonografia e actigrafia, constituem dados mais sólidos, que podem ajudar o paciente a perceber que seu processo de sono não é tão ruim quanto parece, contribuindo na reestruturação cognitiva da terapia cognitivo comportamental e auxiliando na desconstrução de falsas crenças.

A TCC-I consiste na aplicação de um conjunto de intervenções, que são divididas em técnicas comportamentais e técnicas cognitivas. As técnicas comportamentais visam alterar algumas ações dos pacientes a fim de melhorar a qualidade do sono, entre elas, temos a higiene do sono (intervenção psicoeducacional que faz parte da TCC-I, ensinando os pacientes a evitarem que fatores externos ou ambientais gerem efeitos adversos nocivos no sono, incluindo uma rotina menos estimulante nas horas próximas ao horário de dormir), o controle de estímulos (que são um conjunto de instruções que auxiliam o paciente a associar novamente estímulos ambientais com cama e quarto e com o início do sono, além de fortalecer a relação entre pistas para o sono e um sono rápido e de qualidade), a restrição do tempo de cama e de sono (que visa restringir o tempo que o paciente passa na cama, diminuindo a latência para o sono e aumentando a qualidade dele) e técnicas de relaxamento físico e mental (que reduzirão a frequência de alertas autonômicos e cognitivos do paciente, alguns exemplos de recursos são o relaxamento muscular progressivo, o biofeedback e a meditação).

Já as técnicas cognitivas da terapia, basicamente possuem o objetivo de modular crenças disfuncionais e condicionantes que os pacientes apresentam (por exemplo, se hoje eu não durmo bem, já começo a pensar que no dia seguinte não funcionarei direito e, na hora de dormir, já pensarei que não vou dormir bem de novo e, consequentemente, não funcionarei bem no próximo dia, isso vai condicionando a cama como um lugar aversivo, um lugar que gera uma certa ansiedade). Entre elas, estão a intenção paradoxal (que consiste em estratégias de orientações voltadas principalmente a pacientes que tenham intensa preocupação relativa ao medo de tentar dormir e não conseguir), a reestruturação cognitiva (de maneira geral, vai identificar crenças irracionais, que não possuem sentido, do paciente e o ensinar a pensar de forma mais real sobre suas cognições e comportamentos) e a terapia nos transtornos de má percepção do sono (que trabalha na relação entre a ideia subjetiva que o paciente tem do seu sono versus como seu sono realmente é, que é comprovado, geralmente, pela polissonografia. O objetivo é fazer com que os pacientes tenham uma visão da realidade e se sintam mais seguros com seu sono e seus processos).

Alguns anos depois dos estudos comprovando os benefícios da TCC-I e junto com a evolução da tecnologia, foram introduzidos estudos sobre uma versão online dessa intervenção, que já possui seus benefícios comprovados em estudos de nível internacional. A vantagem do modelo digitalizado é, principalmente, ser acessível. Além disso, pode ser utilizado em caráter preventivo, pode ser reproduzível e utilizado pelos mais diversos públicos. Já existem estudos que mostram benefícios da TCC-I digital, inclusive, para a redução de sintomas depressivos e no aumento da resistência a disfunções relacionadas ao sono, mesmo com a interrupção do tratamento.

Atualmente, esse formato vem crescendo no mercado e a inovação conta até com aplicativos que fazem uso da Inteligência Artificial para auxiliar no processo da terapia digitalizada e contribuir para a melhor qualidade de sono, de forma acessível e sustentável.


Referências:

Associação Brasileira do Sono. Insônia: do diagnóstico ao tratamento. III Consenso Brasileiro de Insônia, 1ª edição, São Paulo, 2013

 
 
 

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